MASSA CORPORAL: QUAL A RELAÇÃO ENTRE SER GORDO OU MAGRO COM A SAÚDE?
Academia Runway/DF quarta-feira, 26 de dezembro de 2018
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Ao longo dos anos, construímos uma forte associação entre massa corporal e saúde. Basta realizar uma pequena busca pelos sites de pesquisa para termos ideia de quão distorcida é a nossa ideia sobre o que é ser saudável.
Pesquise, por exemplo, a expressão “corpo saudável” e, depois, vá em imagens. Grande parte dos resultados consiste em fotos de corpos magros e definidos. Algumas imagens incluem, ainda, balanças e fitas métricas.
Mas a verdade é que o conceito de saúde é muito mais amplo e envolve diversos fatores que vão além da aparência física de uma pessoa.
No post de hoje, vamos falar sobre um dos maiores mitos da vida saudável: a ideia de que ser magro é sinônimo de saúde e estar acima do peso é sinônimo de estar doente! Confira!
MAGRO OU GORDO: QUEM É MAIS SAUDÁVEL?
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), saúde é “um completo estado de bem-estar físico, mental e social e não somente ausência de afecções e enfermidades”. Dessa forma, quem é mais saudável, o magro ou o gordo?
A resposta depende de quem mais se aproxima desse estado completo de bem-estar, independentemente de estar gordo ou magro.
Vamos imaginar duas pessoas: a primeira encontra-se acima do peso, mas pratica atividades físicas, não possui nenhuma doença e leva uma vida tranquila. Já a segunda encontra-se no peso ideal, mas é fumante, sedentária e estressada. Neste caso, a pessoa acima do peso está mais próxima do conceito de saúde do que a pessoa magra.
Você sabia que o estresse, por exemplo, é fator de risco para doenças cardíacas? Que fumantes estão mais sujeitos a apresentarem complicações no sistema respiratório e que diversos estudos mostram que uma pessoa magra e sedentária pode desenvolver mais riscos de doenças do que uma pessoa que está acima do peso, mas leva uma vida ativa?
Além de todas essas questões, é preciso levar em consideração que fatores genéticos influenciam a nossa composição corporal. Basta pensar por alguns minutinhos para nos lembrarmos daqueles conhecidos que comem demais, ou só comem besteira, mas nunca engordam, e também daqueles que comem de forma equilibrada, mas estão sempre acima do peso.
Outro fator que faz a diferença é a forma como uma pessoa emagrece ou se mantém magra: muitas pessoas, em busca do “corpo ideal”, tomam medicamentos perigosos, ficam dias sem comer e fazem todas as loucuras para emagrecer. Nesses casos, o emagrecimento representa o contrário de saúde.
Também existem casos em que uma pessoa emagrece de forma notável, mas o emagrecimento se deu pelo desenvolvimento de doenças como câncer, depressão, estresse, distúrbios alimentares como anorexia e bulimia etc.
Ou seja, é preciso ter atenção com o excesso de gordura e evitar uma composição corporal desequilibrada, mas estar acima do peso não torna uma pessoa automaticamente menos saudável do que uma pessoa magra.
Assim como pessoas gordas possuem o risco de desenvolver doenças, pessoas magras também estão sujeitas a problemas de saúde.
O ÍNDICE DE MASSA CORPORAL DEFINE O NOSSO PESO IDEAL?
Um dos índices mais conhecidos pela “geração saúde” é o IMC, o índice de massa corporal. Este índice indica a faixa de peso ideal de uma pessoa com base em duas variáveis: altura e peso. Dividimos o nosso peso pelo quadrado da nossa altura, obtemos um número e, então, somos classificados em pessoas que estão abaixo do peso, na faixa ideal, acima do peso ou obesos.
Porém, a verdade é que o nosso peso, sozinho, não diz muito sobre a composição corporal. O primeiro fator que devemos levar em consideração é de que diferentes tecidos do nosso corpo apresentam diferentes densidades.
O músculo, por exemplo, é muito mais denso do que a gordura. Dessa forma, o índice pode apresentar resultados controversos: um atleta com muitos músculos pode ser classificado como obeso e uma pessoa com muita gordura e deficiência de tecido muscular pode ser classificada como alguém que se encontra no peso ideal.
Além disso, o IMC não leva em consideração a distribuição de gordura de cada um. Estudos apontam que a gordura abdominal visceral representa mais riscos para a saúde do que as gorduras superficiais.
O IMC deve ser utilizado como uma visão generalizada, servindo apenas de base para outras análises mais completas.
COMO SABER SE SOU SAUDÁVEL?
Tudo bem, se aparência física e peso não falam sobre o estado de saúde de uma pessoa, como saber se estamos ou não saudáveis?
CONHEÇA E OBSERVE O SEU CORPO
Conhecer o nosso corpo é essencial para que sejamos capazes de perceber se algo está errado.
Procure notar a frequência com que você pega viroses, como gripes, como é a sua disposição durante os dias, a qualidade do seu sono, o aparecimento de manchas e caroços na pele, sensações de estresse e infelicidade etc.
Se tudo estiver dentro dos padrões normais, é um bom sinal de que a saúde anda em dia.
PRESTE ATENÇÃO NO SEU INTESTINO
O intestino é considerado por muitos médicos como um dos órgãos mais importantes do nosso corpo. Ele atua diretamente na digestão, absorção e excreção de nutrientes, além de trabalhar na nossa defesa imunitária.
A ciência atual relaciona a saúde desse órgão, inclusive, com a proteção contra doenças psicológicas, como a depressão.
Fique sempre atento ao funcionamento do seu intestino, a frequência com que você vai ao banheiro e preste atenção nas suas fezes: muito líquidas, muito duras, dificuldades em evacuar e outros são indicativos de que algo pode estar desregulado no seu organismo.
ACOMPANHE SUA SAÚDE COM UM PROFISSIONAL
Por mais que o nosso corpo seja extremamente inteligente e, muitas vezes, nos mande sinais de que algo está errado, a melhor maneira de garantir que estamos saudáveis é ter um acompanhamento profissional.
Consulte um médico com periodicidade — o tempo entre uma consulta e outra depende de fatores como idade, presença ou não de doenças na família, entre outros.
O médico é o profissional apto a prescrever exames e analisar resultados de forma precisa, indicando o estado de saúde do seu corpo.
COMO SER MAIS SAUDÁVEL?
Vale a pena lembrar que, mesmo que a saúde esteja em dia hoje, é preciso uma vida equilibrada e com hábitos saudáveis para que você possa manter esse estado:
- alimente-se bem, evite alimentos ricos em açúcares e gorduras artificias, ricos em conservantes e altamente industrializados;
- pratique atividades físicas de forma regular;
- durma bem;
- hidrate-se;
- beba com moderação e não fume;
- cuide da saúde mental;
- respeite os limites do seu corpo;
- trabalhe, mas não se esqueça de que o descanso e a diversão são tão importantes quanto a vida profissional.
Lembre-se de que saúde é um conjunto de fatores e que, muito mais importante do que sua massa corporal e um corpo magro e definido, é estar em dia com o seu bem-estar físico, mental e social.
Cuide da sua composição corporal e invista em uma alimentação rica em nutrientes e na prática de atividades físicas, mas não faça do número da balança a sua meta de saúde.
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